Salvar o menisco sempre e à qualquer custo?

Por quê os meniscos são tão importantes?

Já falamos em outros artigos sobre a importância de se preservar os meniscos seja através de cirurgia ou mesmo através de tratamento não cirúrgico com fisioterapia e reabilitação muscular. Caso queira saber um pouco mais sobre a importância dos meniscos e as opções de tratamento, clique aqui que você encontrará informações muito interessantes também.

Mas é sempre possível preservar o menisco quando a cirurgia é necessária?

Infelizmente, dependendo de alguns fatores nem sempre é possível preservar os meniscos em cirurgia. Antes de mais nada, lembrar que existem 2 opções de tratamento cirúrgico: 1- retirar a região rompida ou 2- costurar o menisco para preservá-lo (reparo meniscal). Clique aqui para saber melhor sobre as opções de tratamento da ruptura do menisco através do procedimento de Artroscopia do Joelho.

 

Primeiramente, é importante entender que não adianta somente ir lá e costurar o menisco rompido sempre. Isso porque quando costuramos o menisco, esperamos que esses pontos vão segurar o menisco até que ele possa cicatrizar para manter sua função normal.

E do que depende para dar certo a cirurgia de menisco ?

O bom resultado da cirurgia do menisco vai depender, principalmente de vários fatores, vamos a eles:

– Tipo de lesão de menisco: alguns tipos de lesões do menisco tem melhor capacidade de cicatrizar do que outras. Lesões complexas (em que o menisco “rasga em várias direções), degenerativas (por “desgaste”), fragmentos soltos (tipo “flap”) têm menor chance de cicatrizar. Já lesões verticais, longitudinais e até mesmo lesões em alça de balde tem melhor chance de cicatrizar bem.

– Localização da lesão do menisco: lesões que se localizam mais na borda externa (periferia) do menisco cicatrizam melhor que lesões na borda interna. Isso porque a vascularização sanguínea chega melhor por fora do menisco, através da sua borda externa (veja abaixo).

– Tempo de lesão: operar rápido sempre aumenta chance de cicatrizar. Cirurgias que fazemos até 1 mês da lesão certamente tem maior chance de dar certo do que cirurgias que fazemos após 6 meses de 1 lesão. Isso porque quando o menisco rompe, a irrigação sanguínea para aquele segmento rompido do menisco fica interrompida e com o tempo ele vai virando um tecido inviável, rígido e que não cicatriza mais.

– Qualidade do tecido do menisco: meniscos de pacientes mais jovens tem chance maior de cicatrizar do que o de pacientes com mais idade (>40 anos) pois o menisco vai sofrendo um processo de degeneração (desgaste) com o tempo.

Conclusão e mensagem final

Dessa maneira, considerando os fatores acima, pode ser necessário remover cirurgicamente um fragmento de menisco rompido. Porém, nesses casos, procuramos retirar a menor quantidade possível de menisco. Somente o estritamente necessário, pois desenvolver ou não artrose no futuro vai depender também da quantidade de menisco que foi removida.

Por isso, não adianta sempre querer suturar uma lesão de menisco, a qualquer custo, sem levar em consideração os fatores que mencionei acima. Além disso, somente teremos certeza que conseguiremos suturar uma lesão com alta chance de sucesso no momento da cirurgia. Por isso, querer costurar qualquer lesão, sem se preocupar se ela tem boa chance de cicatrizar, pode significar uma cirurgia fadada ao fracasso. Como resultado, o paciente pode precisar passar por uma nova cirurgia, com a chance de perder uma quantidade ainda maior de menisco.

Por isso, a palavra de ordem é sim salvar o menisco, mas salvá-lo com critério. Escolha bem o seu especialista em joelho e busque tratamento precoce. Deixe seu comentário que eu terei o prazer em responder! 

Compartilhe essa informação!